Sociedade dos rótulos I -O palhaço da turma
Em toda sala de aula , seja ela do ensino fundamental , médio
ou superior , seja de instituição publica ou privada , sempre irá existir a
figura que em tese seria a mais cativante e aclamada por aquele público , o aluno circense . Este atrai para si todos
os olhares , e parece não ter vergonha dos atos que toma perante a turma .
Ele é conhecido pela sua irreverencia , sua conduta desviada
passa a chamar a atenção e atrai os olhares , que se cativaram pelo humor e
concordam com as frases feitas em momentos inoportunos. A partir do momento em
que a turma acena positivamente , ri , aceita o bom humor daquele
individuo , ele expande sua liberdade ,
não vendo limites reais para suas frases de efeito .
A aceitação passa a
ter um papel fundamental para que ele se torne ainda mais confiante , e que se
sinta mais a vontade em fazer mais comentários . As palmas e risos inflam o ego
, daquele que sente o gosto do poder ilimitado , até o momento que os mesmos
que o colocaram no auge do seu império o retiram abruptamente .
Chega um momento que os próprios adeptos das piadas , o retiram
do poder , pelo simples fato de não verem mais graça ou melhor dizendo tentando
impor um limite inexistente para aquele que um dia teve um reinado absoluto .
A verdadeira culpa para
a inconveniência daquele individuo na realidade , não é dele e sim
daqueles que permitiram que ele se desenvolvesse daquela forma , aplaudindo possivelmente
de pé.
O rótulo dado é retirado e o conceito é remodelado . Aquele que um dia era conhecido como o palhaço
(aquele que alegrava as manhãs de todos ), passa a ser conhecido como o inconveniente
, aquele que não estuda , aquele que todos excluem justamente para ele não começar com suas teorias . Engana-se quem
pensa que os instrumentos de dominação não estão presentes na realidade mais próxima , como nossa própria
sala de aula .
Ao estabelecer quem é quem perde-se a condição de aluno , e
se estabelece uma hierarquia . O mais inteligente , o mais estudioso , o atoa ,
o engraçado , o bonito , o etc... Sendo
que todos estão ali com a mesma função ,
ser aluno .
Ninguém conhece como
se formou a personalidade daquele e muito menos as condições de vida que ele
tem , analisamos superficialmente ,
aceitando friamente o ditado popular “ a primeira impressão é a que fica
“, logo a estampa que carregamos é a primeira visão que o outro terá .
A juventude está perdendo o direito de ser diferente ,e de se expressar sua
essência . Estamos fardados a aturar todos os dias , vivendo o papel que nos
foi colocado , sem questionar e quando somos incentivamos a vive-los
incorporamos o papel e não saímos do personagem .
As palmas
e risos , darão lugar ao silêncio e
reprovação . Os mesmos que , podem colocar um pessoa no poder , estabelecem um
conceito para aquela , e quando ela incorpora aquele papel friamente e acredita
que os demais a apoiam , rapidamente ela é limitava pela reprovação dos demais
, essa pessoa não enxerga que passava dos limites , afinal nunca lhe colocaram
um . Em suma nós mesmo não evitamos ser
manipulados , pelo mero anseio de ser aplaudido
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